Assim como muitas indústrias, o setor de alimentos e bebidas enfrentou desafios significativos desde o início da pandemia. Muitos deles, inclusive, devem continuar impondo obstáculos mesmo após a COVID-19.
Neste artigo, vamos explorar o impacto do coronavírus na manutenção da planta SAP e nos processos de gerenciamento de ativos na indústria de alimentos e bebidas. Além disso, mostraremos como resolver muitos desses desafios com programas e soluções comprovadas de manutenção de plantas industriais.
Desafios atuais de manutenção da planta SAP
A COVID-19 intensificou os desafios já existentes no setor de alimentos e bebidas, além de criar outros completamente novos. As interrupções na cadeia de suprimentos (supply chain) impactaram a produtividade. As plantas industriais foram forçadas a fechar após os surtos.
A demanda do consumidor passou por grandes flutuações, dificultando a otimização da produção. Novos regulamentos de segurança (mais rígidos) aumentaram os custos e desafiaram a logística. E ainda por cima, surgiram problemas com a escassez de mão de obra.
Alguns desses desafios serão amenizados quando o mundo sair da pandemia. No entanto, outros provavelmente vão seguir por gerações, acelerando as tendências da indústria pré-pandêmica e o impulso em direção à transformação digital. Isso tem ainda mais peso em programas de manutenção da planta.
Certamente, a indústria de alimentos e bebidas não foi a única a enfrentar desafios operacionais sem precedentes, como resultado da pandemia. Organizações em quase todas as áreas têm adversidades como demanda flutuante, aumento das regulamentações de segurança, escassez acentuada de mão de obra e orçamentos apertados. Portanto, a soma disso exigirá investimentos em novas estratégias para ter sucesso.
Demanda flutuante do consumidor
A indústria de alimentos e bebidas, mais do que outras indústrias, foi forçada a se adaptar à demanda imprevisível e flutuante do consumidor. Por exemplo, o estresse causado pela pandemia levou os americanos a consumir mais alimentos saudáveis (comfort food). Em 52 semanas, até 6 de setembro de 2020, as vendas de sorvete aumentaram 13%.
A pandemia também deu origem a novas tendências e comportamentos entre os consumidores, como pedidos online e serviços de entrega. Além disso, muitos ainda hesitam em voltar aos restaurantes, mesmo com as restrições suspensas e mais pessoas vacinadas. Uma pesquisa realizada em março de 2021 revelou que quase 25% dos entrevistados não se sentiriam confortáveis comendo em ambientes fechados até que a imunidade coletiva fosse alcançada.
Assim, podemos dizer que a indústria continuará a enfrentar fatores complexos de oferta e demanda. Isso exigirá o uso de um planejamento e programação de manutenção da planta eficaz e estratégico a fim de dar suporte às operações de produção.
Crescente escassez de mão de obra
Vale destacar que a indústria de alimentos e bebidas já enfrentava uma escassez significativa de mão de obra antes da pandemia. De acordo com um estudo conjunto entre a Deloitte e o The Manufacturing Institute, cerca de 2,4 milhões de empregos no setor estariam vagos entre 2018 e 2028. A crescente escassez de mão de obra se deve a vários fatores.
Em primeiro lugar, o setor não atrai as gerações mais jovens. Isso se deve a um equívoco sobre os trabalhos de produção e manutenção. Essa indústria é frequentemente vista como arcaica e sem a capacidade de se alinhar à preocupação das gerações mais jovens com a sustentabilidade.
No entanto, hoje, muitas fábricas de alimentos e bebidas utilizam equipamentos de alta tecnologia, além de processos sustentáveis. Como David Bryant, CEO de uma empresa de consultoria e recrutamento sediada na Geórgia, resumiu vários meses antes do surto da COVID-19: “A indústria de alimentos e bebidas não fez um bom trabalho de divulgação para mostrar o seu lado divertido e atrativo”.
Grande Recessão
Em segundo lugar, a Grande Recessão (2008-2009) resultou em perdas massivas de empregos. Estima-se que um em cada cinco funcionários perdeu o seu posto de trabalho. Isso impactou todos os setores da indústria de alimentos e bebidas. Desse modo, os trabalhadores foram forçados a procurar trabalho em outras áreas. Muitos nunca mais voltaram.
Quando a economia se recuperou, as organizações se esforçaram para planejar a manutenção e encontrar profissionais experientes. Como disse Dan Crist, vice-presidente de operações da AM King: “Ouvimos falar sobre as preocupações com a escassez de mão de obra que datam da Grande Recessão… Assim como em muitos outros setores, os trabalhadores que foram demitidos neste período não voltaram, mesmo com a recuperação da economia”.
Por pior que tenha sido a Grande Recessão, após o início da pandemia a taxa de desemprego subiu mais em três meses do que em dois anos durante a Grande Recessão. Além disso, esta crise econômica coincidiu com a geração baby boomer atingindo a idade de aposentadoria. Muitos técnicos qualificados estão optando por se aposentar, enquanto as gerações mais jovens não esperam na fila para substituí-los.
Além disso, há o impacto da própria pandemia na força de trabalho. Mesmo com mais e mais vacinas sendo aplicadas, as pessoas ainda ficam doentes. A possibilidade de ausências prolongadas dos trabalhadores é um dos desafios contínuos de planejamento operacional e de manutenção.
Regulamentos de segurança da COVID-19
A indústria de alimentos e bebidas sempre esteve sujeita a extensos requisitos de segurança e saneamento. “Os fabricantes de alimentos regulamentados pela FDA são obrigados a seguir as Boas Práticas de Fabricação (CGMPs), ter planos de segurança alimentar e implementar controles preventivos — tudo isso inclui requisitos para manter as instalações limpas e as superfícies de contato com alimentos higienizadas.”
Ainda assim, a COVID-19 trouxe com ela um novo conjunto de regulamentações. Por exemplo, as fábricas foram obrigadas a reconfigurar os espaços de trabalho para fornecer distanciamento social e limitar o número de trabalhadores no local. Além disso, medidas sanitárias adicionais foram necessárias, como a desinfecção frequente de áreas de alto contato. Muitos desses regulamentos se tornarão a nova norma no setor, conforme as fábricas os implementarem em seus processos.
Segurança alimentar
Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) publicou atualizações constantes de segurança alimentar durante a pandemia. Em agosto de 2020, a FDA e a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) divulgaram o “Checklist de Verificação de Saúde e Segurança Alimentar do Funcionário para Operações de Alimentação Humana e Animal Durante a Pandemia de COVID-19”.
A lista funciona como um guia de referência rápida para os fabricantes de alimentos cumprirem as diretrizes lançadas por vários órgãos governamentais. A primeira parte traz orientações mais abrangentes sobre a saúde do funcionário e a configuração operacional. Elas sugerem, por exemplo, o uso de barreiras físicas, como partições, além de manter os trabalhadores separados.
Já a segunda seção destaca os requisitos de segurança alimentar e orienta os fabricantes a considerarem os impactos potenciais que “funcionários, fornecedores e ingredientes podem causar em sua segurança alimentar ou plano de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP), bem como as boas práticas de fabricação atuais (CGMPs)”.
Assim, as diretrizes vão, efetivamente, além da segurança do trabalhador para abranger uma ampla gama de processos operacionais de forma potencialmente eficaz. As organizações, por sua vez, precisarão monitorar as estruturas regulatórias dinâmicas e ter todo o preparo possível para se adaptarem rapidamente às operações, conforme necessário.
Orçamentos no limite
Para a indústria de alimentos e bebidas, a eficiência nas operações é fundamental. As margens são mínimas, pois muitos de seus produtos são commodities e estão sujeitos à intensa competição de preços. Acrescente a isso a pandemia e o impacto econômico, que fez com que os consumidores economizassem o máximo possível. Seja pelo consumo de alimentos genéricos, preparando a sua própria comida ou não saindo para comer em restaurantes. Para piorar a situação, a indústria viu custos crescentes que nem sempre podiam ser repassados no preço do produto (já que o consumidor não poderia pagar).
Do ponto de vista da manutenção, os orçamentos foram forçados para sustentar as tarefas normais de manutenção preventiva, além de lidar com uma pane não planejada. De acordo com um estudo conduzido pela Aberdeen Research, 82% das empresas experimentaram paradas não planejadas em um período de três anos.
Essas interrupções duraram em média 4 horas e custaram cerca de US$2 milhões (o equivalente a R$10.122.160,00). As empresas de alimentos e bebidas não têm orçamentos para cobrir despesas de manutenção não planejadas. Além disso, o tempo de inatividade (downtime) do equipamento pode resultar em desperdício de ingredientes perecíveis, declínios de produção e exceder a capacidade de atender à demanda do cliente, resultando em grandes prejuízos.
O imperativo para o setor de alimentos e bebidas hoje é reduzir custos e otimizar o tempo para melhorar a eficiência operacional.
6 estratégias de manutenção da planta SAP
Cada vez mais, as organizações buscam soluções de automação para modernizar seus programas de manutenção preventiva e otimizar seu planejamento e programação de manutenção da planta. A seguir, vamos compartilhar 6 estratégias para empresas de alimentos e bebidas com SAP, com o intuito de reduzir o uso de recursos, bem como reduzir os custos.
1. Mobilizar a manutenção a fazer mais com menos
A crescente escassez de mão de obra, acelerada pela pandemia, vai persistir. Os profissionais de manutenção estão atingindo a idade de aposentadoria e se aposentando em taxas recorde. As gerações mais jovens não estão intervindo para preencher o vazio.
Simplesmente não há técnicos experientes o suficiente para preencher as vagas abertas de manutenção nas plantas industriais e há orçamento limitado para contratar terceiros. Portanto, as organizações devem otimizar o uso de seus recursos humanos limitados, aumentando o wrench time.
De acordo com a McKinsey, “O tempo médio de wrench time no mercado está entre 15 e 25%. Substituir os processos de ordem de serviço em papel por dispositivos móveis (Mobile EAM) reduz as tarefas administrativas e mantém os técnicos de manutenção no chão de fábrica com as informações de que precisam ao seu alcance para qualquer tarefa de manutenção necessária – planejada ou não. O resultado, de acordo com a McKinsey, pode ser significativo, “observamos as empresas aumentarem o wrench time em 2,5 vezes devido à automatização dos processos de manutenção”.
2. Inserir automação ao planejamento e programação de manutenção da planta SAP
Com o SAP, os processos de planejamento e programação para a manutenção da planta industrial consomem muito tempo. Fazer download de informações, manipular dados em planilhas do Excel e inserir os cronogramas de manutenção no SAP manualmente, um por um, são alguns exemplos. Some a isso a ineficiência e os custos de impressão na distribuição de ordens de serviço. Então, quando o trabalho é concluído, o status deve ser inserido de forma manual. Essas tarefas de entrada manual de dados levam a registros duplicados, além de dados atrasados, imprecisos ou com erros humanos.
Uma maneira de automatizar os processos de planejamento de manutenção do SAP é por meio de uma solução de planejamento e programação de manutenção da planta industrial para SAP. A solução facilita o download, a organização e a criação de cronogramas, enquanto mantém os dados no SAP acessíveis, melhorando a coordenação entre os departamentos e mantendo as partes interessadas informadas.
3. Ir além dos programas de manutenção preventiva
Muitas fábricas de alimentos e bebidas dependem de processos de manutenção preventiva. A manutenção preventiva tem como principal objetivo evitar a ocorrência de grandes falhas por meio de um plano de manutenção periódica. Desse modo, a Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM) leva a manutenção preventiva para o próximo nível. Por exemplo, eliminando o desperdício em tarefas como a substituição regular de peças que falham aleatoriamente quando podem ter uma vida útil muito mais longa. Ou no tempo gasto para consertar algo que custaria menos apenas para substituir.
Para muitos ativos, a manutenção preditiva pode aperfeiçoar as atividades de manutenção preventiva, aproveitando os dados para prever e prevenir a falha do equipamento. As organizações experimentam muito menos tempo de inatividade e otimizam o trabalho do técnico de um jeito bem mais eficaz.
A manutenção preditiva utiliza informações de sensores e controles industriais. Alguns exemplos de sensores incluem imagens térmicas, análise de vibração e medidores de temperatura. Muitas organizações investem em tecnologias de manutenção preditiva “inteligente”, mas enfrentam desafios na hora de usar as informações em seus programas de manutenção da planta. Dar o próximo passo com o SAP PM por meio de uma solução mobile para substituir os pedidos de trabalho em papel é o caminho. Além de manter os dados digitais, integra facilmente as informações dos sensores e outras fontes ao fluxo de trabalho do técnico.
4. Estruturar e coletar dados
Para habilitar um programa RCM e atividades de manutenção preditiva, você precisa se certificar de que está coletando os dados certos. Os profissionais de manutenção desempenham um papel crucial nesse processo. Com uma solução mobile, os técnicos podem coletar dados em tempo hábil e com precisão, além de caracterizar a causa das falhas.
Também é possível substituir notas de texto em aberto que podem ser difíceis de analisar. Além disso, os aplicativos mobile podem incluir menus suspensos para ajudar a estruturar os dados na hora da análise. Certifique-se de escolher uma solução de mobile EAM que permite criar campos de entrada obrigatórios e personalizados para capturar dados a fim de avaliar modalidades de falha em seus ativos exclusivos e críticos.
Além disso, é crucial contar com o conhecimento das gerações anteriores de profissionais de manutenção antes que eles se aposentem. Esses profissionais possuem conhecimento intrínseco dos processos de manutenção industrial dos seus ativos, que serão extremamente valiosos para novos contratados e terceiros.
Manter os dados digitais de ponta a ponta durante os processos de manutenção ajuda a padronizar, distribuir e melhorar a precisão das informações.
5. Atrair novas gerações para trabalhos de manutenção de plantas
Mesmo com soluções poderosas de planejamento e programação de manutenção, são os técnicos que concluem o trabalho. Por isso, a indústria de alimentos e bebidas deve encontrar maneiras de atrair as gerações mais jovens para cargos de manutenção de plantas e, assim, preencher as vagas deixadas pelos baby boomers aposentados.
As organizações devem considerar a adoção de tecnologias que as gerações mais jovens estão acostumadas a usar. A substituição de processos baseados em papel por dispositivos móveis é um bom exemplo. Ou até mesmo aderir a tecnologias da Indústria 4.0, como inteligência artificial (IA) e a Internet das Coisas Industrial (IIoT). Com esses profissionais de manutenção mais jovens e experientes no uso dessas tecnologias, você poderá impulsionar a empresa a adotar e usar proativamente muitas dessas novas tecnologias que, no passado, eram difíceis e tinha um processo de transição lento.
À medida que as organizações alcançam a transformação digital em seus processos de manutenção, a escassez de mão de obra deve se tornar um problema cada vez menor.
6. Melhorar a flexibilidade operacional
A indústria de alimentos e bebidas, assim como indústrias de outros segmentos, estava despreparada para a pandemia. As organizações simplesmente não tinham capacidade de resposta para emergência, nem planos de contingência. Afinal, uma crise global de saúde dessa magnitude não tinha precedentes nos tempos modernos. Embora possamos não enfrentar uma crise de saúde semelhante no decorrer do tempo, a pandemia deixou clara a necessidade de nos prepararmos para o inesperado e nos adaptarmos rapidamente.
Aliás, a flexibilidade é a principal força motriz por trás da rápida aceleração das iniciativas de transformação digital. As tecnologias digitais e em nuvem são inerentemente mais escaláveis e adaptáveis, permitindo que as organizações sejam mais flexíveis. Para a indústria de alimentos e bebidas, isso inclui a implementação de regulamentos de segurança.
Com o investimento certo em tecnologia, como automação do planejamento e programação de manutenção da planta SAP e mobilidade, as organizações podem agilizar e documentar seus processos em prol de uma maior eficiência e conformidade.
Resultados reais do maior fabricante de cerveja do mundo
A Ambev faz parte da Anheuser-Busch Inbev, maior conglomerado cervejeiro do mundo. E a Ambev escolheu a solução Mobile EAM da Sigga, porque era a única que oferecia suporte à sincronização de dados em alta velocidade entre dispositivos móveis e o servidor SAP. Dessa forma, a Ambev conquistou resultados significativos:

“O Mobile EAM da Sigga é a ferramenta de monitoramento de rotina de manutenção e reparo mais completa do mercado, com poucos concorrentes até o momento. Acredito muito na aplicação e na equipe da Sigga. E isso se reflete na aceitação interna da solução”.
Robson Barbosa, engenheiro de manutenção da Ambev.
Como a Sigga pode ajudar
As poderosas soluções mobile e de automação da Sigga ajudaram inúmeras organizações de alimentos e bebidas como a Ambev a transformar seus processos de manutenção da planta SAP. Há 20 anos, a Sigga vem aprimorando os processos de gerenciamento de ativos SAP e manutenção industrial dos seus clientes com soluções de produtividade EAM.

O Sigga Mobile EAM ajuda a automatizar as tarefas de manutenção da planta SAP e permite que as organizações eliminem os processos manuais repetitivos baseados em papel. Sem contar que também aumenta a produtividade da manutenção.
A solução de Planejamento & Programação da Sigga ajuda a automatizar os processos de planejamento de manutenção da planta SAP. Assim, você pode verificar de forma automática as capacidades, atribuir recursos, priorizar ordens de serviço, rastrear o status das ordens e tomar decisões mais assertivas com base em dados disponíveis em tempo real no SAP.
Leia mais sobre a Sigga e veja como podemos ajudar você a dar o próximo passo em seu Programa de Manutenção de Plantas SAP